Perguntas e respostas

Essas são as nossas respostas para as principais dúvidas sobre o Distrito de Inovação da Cidade de São Paulo:

1 – O que é um Distrito de Inovação?
É uma região urbana integrada à cidade, dedicada à produção de conhecimento e inovação. É um espaço coletivo, criativo, de colaboração, de inspiração e geração de valor. Cientistas, empreendedores de base tecnológica, investidores, gestores de grandes e pequenas empresas, técnicos de órgãos e agências do governo, frequentam e muitas vezes habitam na vizinhança do Distrito, e atuam profissionalmente com inovação. O Distrito é um espaço em que se ‘respira conhecimento’ para produzir inovação, em que a sociedade frequenta, e vibra e se beneficia com as discussões avançadas que acontecem ali. Conexões de valor com pessoas inspiradas por grandes desafios, novas ideias e propostas para o futuro são o dia a dia dessas áreas, e acontecem naturalmente. 

2 – Quais são os fundadores do Distrito de Inovação de São Paulo?
São 7 fundadores. Em 2 de Julho de 2024, USP, IPT, Instuto Butantan, IPEN, Fapesp, Município de Sâo Paulo e Estado de São Paulo, assinaram o Protocolo de Intenções para constituição do Distrito.

3 – Qual a área do Distrito de Inovação de São Paulo?
A área central do Distrito correponde aos limites do Campus Armando Salles de Oliveira da USP, incluindo o IPEN, da área do IPT e do Butantan, e se estende na direção da Praça Victor Civita, incluindo o Hub Green Sampa. O Distrito também pretende irradiar oportunidades para as áreas vizinhas, atraindo inicativas que promovam além da implantação de novos equipamentos de inovação aberta, também a revitalização da vizinhança visando sobretudo a permanência de cientítivas e empreendedores nos bairros do Butantan e do Jaguaré. Isso necessariamente inclui a criação de uma rica vida cultural, com conviência em espaços compartilhados, distâncias a serem percorridas caminhando ou com mobilidade ativa, ou seja, uma nova forma de interação urbana. 

4 – Qual a origem do Distrito de Inovação de São Paulo?
O Distrito nasceu do entendimento de que a alta concentração de ciência e tecnologia na área da USP, IPEN, IPT e Instituto Butantan, poderiam ser ainda mais potencializadas com a integração de programas de inovação já realizados na área. Historicamente, a implantação do campus da USP, IPT e Instituto Butantan nesta área da cidade data entre as décadas de 20 a 50, seguida da consolidação da região Pinheiros/Butantan com a melhoria da mobilidade urbana. Soma-se à esse cenário, a recente mudança da vocação industrial do Jaguaré para outras formas de ocupação. Este é o pano de fundo urbano para o surgimento do Distrito nesta região da cidade. As primeiras propostas de criar um Distrito de Inovação (na época, ainda pensando em um parque tecnológico) são estudos de 2018 visando a atração de empresas de base tecnológica para a área. 

5 – Como um Distrito de Inovação gera impacto?
A ‘Geografia da Inovação’ indica efeitos positivos que surgem quando reunimos em uma mesma área um grande número de talentos e recursos dedicados à criação de soluções. O Distrito de Inovação de São Paulo já nasce com 80 mil pessoas dedicadas à economia do conhecimento e inovação frequentando diariamente a área. Atualmente a área central do Distrito já concentra na mesma região centros avançados de pesquisa apoiados pela Fapesp, e programas de incubação de empresas conectados com demandas reais da indústria. O Distrito gera impacto aproximando os diversos atores, que analisam as principais demandas da sociedade, propõem, recebem investimento público e privado, testam e transformam tecnologia em soluções de valor. O Distrito também contribui para reter talentos que são formados na Universidade e nos diversos centros avançados de pesquisa, à medida que gera novas oportunidades de carreira em empresas que são membros do Distrito, ou que passam a empreender seus próprios negócios.

6 – Como o Distrito é constuído e como ele opera?
O Distrito é formado pela Aliança Estratégica entre os 7 fundadores.  As estratégia, programas e atividades organizadas pelo Distrito formam uma camada adicional de coordenação, geração de sinergia, e indução de colaboração. Os objetivos são a aceleração de transferência de tecnologia e criação de soluções, negócios e programas estratégicos ao estado e ao país. Com isso, empreendedores, governos, e grandes corporações podem usufruir com maior sinergia de todo conhecimento gerado nos centros de ciência avançada na área do Distrito.

7 – Qual a diferença entre Distrito de Inovação, Hubs de Inovação e Parques Tecnológicos?
Nos Parques Tecnológicos as pessoas vão até a área para trabalhar, em geral são áreas distantes de onde essas pessoas moram. Nos Distritos de Inovação as pessoas vivem na vizinhança e permancem na região, desfrutam das atividades culturais e todas formas de interação social que acontecem nesta área que é aberta a todos da sociedade. Hubs de inovação são espaços decicados à incubação, aceleração de negócios, advocacy para inovação ou sustentabilidade, incluindo espaços de co-working. Alguns hubs ficam localizados dentro de Parques Tecnológicos, em Distritos de Inovação, ou mesmo em centros comerciais. 

8 – Qual o modelo conceitual do Distrito de São Paulo?
O modelo do Distrito de São Paulo se assemelha ao tipo “anchor-based” ou seja, é baseado em organizações âncoras, de grande reputação em ciência, tecnologia e inovação. No nosso caso, as âncoras são a Universidade de São Paulo (melhor universidade brasileira colocada no THE World University Ranking), IPT (centro de excelência em pesquisa e tecnologia), Instituto Butantan (um dos maiores centros de pesquisa biomédica do mundo), IPEN (referência em pesquisas nucleares e de energia). Contamos ainda com o apoio da Fapesp (maior agência de fomento no Brasil), do Estado de São Paulo, e do Município de São Paulo.

9 – Como é feita a gestão urbanística das áreas do Campus USP, do IPT, do IPEN e do Instituto Butantan?
O Distrito é uma camada de coordenação atuando apenas na conexão e promoção de inovação da USP, IPT, Instituto Butantan,  IPEN, e Hub Green Sampa. Toda gestão urbanística do território é feita de forma autonoma pelos fundadores, pelas instâncias legítimas e constituídas por USP, IPT, Instituto Butantan e IPEN, e Hub Green Sampa. O Distrito participa, quando convidado, apoiando as reflexões sobre como as intervenções feitas nestas áreas podem agregar à geração de inovação. Assim, sempre preserva-se a autonomia de cada fundador na gestão da sua área.

10 – Quem define ou certifica o que é um Distrito de Inovação?
Não existe uma certificação nacional para Distritos de Inovação. Porém existem associações, rankings e listas especializadas que registram as chamadas ‘áreas de inovação’, como uma forma de validar as qualidades daquela área de conhecimento. O Global Institute for Innovation Districts (https://www.giid.org/) traz recomendações e pesquisas no tema. A International Association of Science Parks and Areas of Innovation também faz recomendações e avaliações (https://www.iasp.ws/) e em 2024 congrega mais de 350 parques e áreas de inovação registradas em diversos continentes.

11 – Quais as principais definições e regulações sobre Distritos de Inovação?
Existem definições bem aceitas internacionalmente sobre o que é um Distrito de Inovação, e o que deve estar presente na área para ser considerada um Distrito de Inovação, e não um parque tecnológico ou hub. A Portaria MCTIC N° 6.762 de 17/12/2019 (Art 2², II item c) define Distritos de Inovação como “áreas geográficas onde instituições-âncora ou empresas líderes, juntamente com empresas de base tecnológica, conectam-se com empresas nascentes e mecanismos de geração de empreendimentos, sendo áreas fisicamente compactas, com fácil acessibilidade, com disponibilidade tecnológica e que oferecem espaços mistos de uso residencial, de negócios e comercial”. 

12 – Existem outros Distritos de Inovação no Brasil?
Sim, em diferentes estágios de implantação. Alguns em fase de modelagem ou projeto, e outros em fase de implantação, e ainda outros em transição, já maduros no formato de Parque Tecnológico, empreendedendo esforços junto aos governos estadual e municipal e investidores para formação de um Distritos de Inovação.

13 – O  Distrito de Inovação de São Paulo tem um foco (vocação) específico(a)?
O Distrito de São Paulo atua em diversas temáticas e verticais, pois as organizações âncoras são multivocacionadas. Hoje já são dezenas de centros de pesquisa avançados apoiados pela Fapesp operando na área, em diversas temáticas, voltadas para as mais diversas indústrias e aplicações. O Distrito se distingue por duas características: a) foco na disrupção aplicada e de longo prazo, deeptech, interdisciplinar, para resolver problemas complexos da sociedade., e b) capacidade de atender demandas reais do mercado/sociedade.  

14 – Quais benefícios o Distrito trará para sociedade na vizinhança?
As organizações âncoras fundadoras já possuem significativo impacto na região, e agora atuando como Distrito, reunirão organizações privadas, associações da sociedade civil e empreendedores para interagir com os centros avançados de pesquisa que já atuam na área. A aproximação de NGOs, empresas, organizações internacionais, fundos de investimentos, incluindo os dedicados à programas de impacto e sustentabilidade, potencializarão os chamados empreendimentos de base tecnológica e sociais. Além do aumento de empregos, e novas oportunidades de carreira para a comunidade do Distrito, as novas práticas de sustentabilidade que irão ser desenvolvidas trarão impactos positivos em toda área, e maior integração com as comunidades vizinhas. O Distrito tende no futuro a valorizar de forma geral a qualdiade de vida na região. O Distrito fará o acompanhamento de impacto econômico, social e ambiental na região.

15 – Como espaços de inovação aberta e empreendedores podem participar?
Empreendedores e interessados em inovação podem procurar qualquer dos espaços de inovação presentes no Distrito e se candidatarem aos programas de incubação de empresas, cursos de empreendedorismo, entre outras oportunidades no INOVAUSP,  IPTOpen e Incubadora USP/IPEN. Espaços de inovação aberta podem propor parcerias para atuação conjunta.

16 – Como empresas de diversos portes podem participar do Distrito de Inovação de São Paulo?
Empresas de diversos portes podem propor desafios e agendas de transferência de tecnologia, contratar negócios e soluções, treinar equipes participando de eventos e programas de capacitação que ocorrem no Distrito. Organizações também podem participar apoiando o Distrito no programa de associação anual ou apoiando as diversas ações em forma de patrocínio. Diversas formas de participação também estão abertas diretamente com as organizações âncoras no Distrito. 

17 – Qual modelo de operação e governança do Distrito de Inovação de São Paulo?
O Disitro opera com recursos próprios de receita de patrocínios e associações. A governança do Distrito na atual fase da Aliança Estratégica  está à cargo do grupo gestor formado por representanttes dos fundadores. Na fase seguinte, será constituida governança incluindo representantes de ambientes de inovação de São Paulo, da sociedade civil paulistana, de associações científicas, empresariais ou setoriais, e do governo federal. Nos demais conselhos (ex. fiscal e consultivo) e comtiês a serem constituídos, como comitês de Ética, de Sustentabilidade e Inclusão, de Comunicação, de Impacto e Indicadores, e de Parcerias, Programas e Projetos, também será garantida a participação da sociedade civil.

18 -E xistem riscos da maior proximidade de empresas privadas interferirem na gestão do uso do espaço, reduzirem o acesso a estudantes da rede pública ou mudarem a natureza pública da Universidade e Institutos?
Não. Definitivamente não. Primeiro, deve-se ter em mente que Universidade de São Paulo, IPT, Instituto Butantan e IPEN são entidades autônomas, como governança consolidada, e espaços de decisão participativa e transparente. Mesmo uma maior participação de empresas privadas na área do Distrito, nos diversos programas de inovação, sempre atenderá à regulação vigente dos fundadores. É esperado sempre relações propositivas e ganhos mútuos, considerando os impactos para o Distrito e para comunidade vizinha. Toda contratatualização, como convênios ou outras formas de parceria, que implique uso de recursos ou espaços dos fundadores, deve passar pela aprovação dos conselhos deliberativos dos fundadores. Assim, os fundadores têm total governança e autonomia sobre o uso de suas áreas, instalações e demais ativos, além de observar e participar das decisões estratégicas do Distrito.

19 – É possível a dinâmica e ações de inovação se expandirem para áreas vizinhas no futuro?
Sim! Nesta etapa, o Distrito de Inovação de São Paulo dá total atenção à criação de valor ao conhecimento e programas de inovação já existentes nas instalações em operação na área central, dos fundadores. Nosso objetivo imediato é a criação de consenso em torno de uma agenda, de grandes desafios, visando ganho de sinergia das interações, programas e ações já exstentes ali. As áreas vizinhas devem ser pensadas com vocação para inovação, seguindo a tônica de um território de conhecimento. A concepção de novos usos nestas áreas deveria agregar valor ao Distrito. Assim, organizações de ciência e inovação, de reputação e excelência, que tragam significativos ganhos de sinergia e complementaridade, são convidadas a empreenderem na vizinhança. Entre os usos mais estratégicos estão a retenção de talentos e profissionais que atuam com conhecimento, favorecer circulação e interação social. Muitos modelos imobiliários em implantação pela cidade, com base em mobilidde urbana individual, geram exatamente o oposto do desejado. Urbanistas especialistas nas chamadas ‘áreas de conhecimento’ são convidados a participarem das discussões sobre o entorno.